A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta segunda-feira mais uma fase da Operação Lava Jato, que investiga desvios na Petrobras. A ofensiva de hoje, chamada de Abismo, tem como principal alvo o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira.
O objetivo é cumprir um mandado de prisão preventiva, sete de condução coercitiva, 23 de busca e apreensão e quatro de prisões temporária no Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo.
A investigação central desta fase tem o objetivo de apurar a fraude ao processo licitatório, o pagamento de valores indevidos a servidores da Petrobras e o repasse de recursos a partidos políticos em virtude do sucesso obtido por empresas privadas em contratações específicas. Um exemplo é o projeto de reforma do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), na Ilha do Fundão, na cidade do Rio de Janeiro.
São apuradas pela PF as práticas de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude a licitação num contexto amplo de sistemático prejuízo financeiro imposto à Petrobras. O nome Abismo remete, dentre outros aspectos, às tecnologias de exploração de gás e petróleo em águas profundas desenvolvidas no Cenpes, mas também à localização das instalações (Ilha do Fundão) e a demonstração que esquemas como estes identificados levaram a empresa aos recantos mais profundos da corrupção e da malversação do dinheiro público.
O alvo principal desta fase da Lava Jato é o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira, que já está preso, contra quem a Abismo expediu um mandado de prisão preventiva. Ferreira foi capturado na Operação Custo Brasil, que mirou o ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento/Governo Lula).
Os presos serão levados à sede da PF em Curitiba nesta segunda-feira. Paulo Ferreira está detido na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo.