A Polícia Federal desencadeou na manhã de hoje, 21 de fevereiro, a Operação Carmelina, com o objetivo de desarticular organização criminosa formada principalmente por advogados e contadores que pode ter lesado mais de 30 mil pessoas no Rio Grande do Sul em valores que superariam 100 milhões de reais. O advogado Mauricio Dal Agnol é o principal nome envolvido na operação.
Policiais federais cumprem oito mandados de busca e apreensão em escritórios de advocacia e de contabilidade e em uma residência, nos municípios de Passo Fundo e Bento Gonçalves/RS, além de um mandado de prisão preventiva.
A investigação iniciou há dois anos por representação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Ministério Público Federal (MPF). Foi apurado que uma renomada banca de advogados, com sede principal em Passo Fundo, captava clientes e ajuizava ações contra uma empresa de telefonia. As ações eram julgadas procedentes e o valor recebido não era repassado aos clientes ou era pago em quantia muito menor da que havia sido estipulada na ação.
O líder da organização criminosa, Maurício Dal Agnol, que há 15 anos possuía patrimônio modesto, hoje é proprietário de centenas de imóveis, avião a jato, automóveis de luxo e milhões de reais em contas bancárias.
Informações preliminares dão conta de que Dal Agnol não estaria no Brasil há vários meses. Ele estava sendo investigado, mas o motivo ainda não foi divulgado. A principio o mandado de prisão preventiva foi expedido apenas contra Mauricio Dal Agnol.O acusado possui um dos maiores escritórios de advocacia da cidade de Passo Fundo, com diversos associados
“Carmelina” é o nome de uma senhora, lesada pelo grupo, que faleceu em decorrência de um câncer. Ela poderia ter um tratamento mais adequado se tivesse recebido a quantia aproximada de cem mil reais a que teria direito, valor que os criminosos nunca lhe repassaram.