
Mesmo na Serra Gaúcha, onde a viticultura necessita de menos água para a produção de bons vinhos, o pequeno volume de precipitações dos últimos dois meses já causou estragos irreversíveis – principalmente na produção de uvas de mesa, que também são utilizadas para a elaboração de sucos. Preliminarmente, produtores já estimam uma quebra de 20% na safra de uva – embora a qualidade das viníferas esteja assegurada.
Segundo a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural e a Embrapa Uva e Vinho, em municípios
como Veranópolis e Bento Gonçalves em novembro choveu respectivamente 44% e 27% menos do que a média histórica na região. Em dezembro, o volume de chuvas foi 41% e 21,5% menores nos dois municípios.

O deputado Sérgio Turra, integrante da Frente Parlamentar da Agropecuária Gaúcha, tem percorrido diversas regiões agrícolas, conversado com produtores, e participado de reuniões com o Governo estadual, secretarias de Estado, Famurs e outras entidades, em busca de medidas de apoio ao setor agropecuário, que responde por quase 40% do PIB gaúcho.
“Pedimos, entre outras medidas de apoio, a construção urgente de micro açudes, cisternas, poços artesianos, chegada de caminhões pipa para atender as comunidades mais fragilizadas, subsídio de juros e, operação de crédito rural e convênios para liberar rapidamente recursos aos municípios mais atingidos”, disse Turra. “Na Serra, milhares de famílias dependem da fruticultura e da criação de frangos e suínos, e não podemos deixá-las desassistidas neste momento difícil”.
O deputado lembra que, historicamente, o Rio Grande Sul sempre teve uma média de sete episódios de
estiagem a cada dez safras de verão, e que o Estado precisa se preparar de modo mais consistente para enfrentar as sucessivas secas. “Tivemos um período de trégua, por alguns anos, mas a escassez de chuva no verão volta a se manifestar, mais uma, neste ano. Não é possível fazer agricultura profissional sem reserva de águas do inverno, reuso e irrigação. Essas já eram medidas preconizadas pelo relatório final da Subcomissão sobre o uso racional da água na agricultura que presidi na Assembleia Legislativa Em 2015”, acrescenta. E conclui: “Neste momento, temos que resolver as questões emergenciais, mas, a longo prazo, precisamos estar prevenidos para enfrentar futuros problemas climáticos, que são cíclicos”.
